Registros feitos por câmeras de segurança e drones serão usados para ajudar nas investigações
Imagens feitas por drone mostra golpistas na Praça dos Três Poderes, em 8 de janeiro — Foto: Reprodução
Imagens das câmeras de segurança e de drones do Supremo Tribunal Federal (STF) ajudam a remontar como foi o ataque à sede da Corte em 8 de janeiro. Ao todo, mais de dez horas de gravação foram enviadas para a Polícia Federal (PF), para auxiliar na investigação sobre os atentados.
O material mostra, por exemplo, uma completa inação da Polícia Militar (PM) no momento em que os golpistas começam a avançar em direção à Praça dos Três Poderes. Não havia, no local, uma barreira de policiais impedindo o acesso ao prédio do Congresso.
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Drone mostra imagens de invasores na Praça dos Três Poderes
À medida que o grupo, calculado em cerca de 6 mil pessoas, começa a se aproximar da sede do Parlamento, dois caminhões do tipo Centurion tentam bloquear a via que dá acesso à Praça. Esses veículos são usados pela PM para dispersar multidões, pois são equipados com jatos de água. Não é possível ver, no entanto, o mecanismo sendo acionado.
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O posicionamento dos blindados parece inibir, por um momento, a ação do grupo, mas em pouco tempo as pessoas começam a descer em direção à sede da Corte. Não há tumulto ou correria. Elas avançam caminhando, sem resistência.
Com a aproximação dos golpistas, a equipe de segurança patrimonial do STF passa a lançar bombas de gás lacrimogêneo e disparar tiros de bala de borracha. Os poucos policiais que estavam no local não eram da tropa de choque da PM e não tinham equipamentos para conter a turba que se aproximava. A guarda patrimonial da Corte chegou a fornecer a eles capacetes e cassetetes.
Quando os extremistas alcançam edifício-sede, as gravações mostram que eles usam as grades de proteção que cercavam o local para quebrar as janelas. Os vidros resistiram a parte dos golpes desferidos, por serem revestidos por uma película antivandalismo. Algumas pessoas chegaram a arremessar o próprio corpo para tentar quebrar as vidraças.
Já as imagens das câmeras internas captaram vários momentos simbólicos, como a cena do homem, já preso, que rouba e exibe uma cópia da Constituição. Também é possível ver um outro golpista retirando a mangueira de incêndio para molhar todo o plenário. A mesma mangueira é usada para lançar jatos d’água contra o quadro “Os Bandeirantes de Ontem e de Hoje”, do artista Masanori Uragami --- a partir de 3'45s no vídeo abaixo.
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Chama a atenção também o fato de muitos golpistas usarem máscaras e peças de roupa tanto para se proteger das bombas de gás, quanto para encobrir o rosto. Eles também destruíram todas as câmeras de segurança que puderam encontrar.
Apesar do quebra-quebra, as gravações mostram que, por muitos momentos, os terroristas passearam pelo prédio como se visitassem um museu, batendo fotos, bebendo água. No plenário, é possível ver um casal carregando cadeiras de praia.
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